segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Em uma semana, PM prende 118 em operações no Rio; mortos passam de 50

As operações policiais para tentar conter a onda de violência que atingiu o Rio a partir do dia 21 resultaram em 118 prisões e na apreensão de 164 armas e 77 granadas ou bombas caseiras, de acordo com balanço parcial da Polícia Militar. No período, ao menos 51 pessoas morreram durante as operações. Deste total, foram 37 mortes de suspeitos registradas pela PM, 7 mortes registrados pela Polícia Civil e 7 registradas pelos hospitais públicos do Rio.

Segundo balanço da PM, 130 pessoas também foram detidas para averiguação. Durante as buscas, foram apreendidos coquetéis molotov, além de material combustível. Mais de cem veículos foram incendiados em ações criminosas.

Com o apoio das Forças Armadas, a polícia ocupou o Complexo do Alemão praticamente sem resistência dos traficantes na manhã de domingo (28), após uma série de atentados ocorridos na cidade. Na quinta-feira, policiais já tinham entrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha ao complexo.

Os militares ainda fazem varredura em casas do Complexo do Alemão e revistam quem entra e quem sai da comunidade.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, e o governador Sérgio Cabral (PMDB) devem se encontrar na noite de hoje para discutir as ocupações e os ataques do crime organizado no Rio.



APREENSÕES

Após receber denúncias de moradores, a polícia localizou, na manhã desta segunda-feira, uma casa no Complexo do Alemão em cujo porão havia armas. Segundo a polícia, foram apreendidos cinco fuzis, um rifle, duas granadas, munição, carregadores de armas e um colete camuflado.

Como o porão é muito estreito, cachorros serão utilizados para farejar o local e descobrir se há mais material.

UPP

Cabral afirmou que acertou com o Ministério da Defesa a permanência das Forças Armadas nos complexos de favelas do Alemão e da Penha de três a sete meses. Militares do Exército ficarão até que sejam instaladas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) na região.

O governador disse que o acordo ainda é verbal, mas que as questões técnicas serão resolvidas e um documento, assinado.

Após a ocupação, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista coletiva que a polícia vai permanecer ocupando o Complexo do Alemão, 'o coração do mal' em suas palavras.

SERVIÇOS

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), apresentou nesta segunda-feira um pacote de serviços públicos para os complexos de favelas do Alemão, da Penha e para dez bairros da região, ocupados desde domingo por forças policiais. A "invasão de serviços" foi definida numa reunião pela manhã com diversos secretários municipais.

As ações emergenciais, no entanto, ainda aguardam a autorização da Secretaria Estadual de Segurança Pública para que sejam concretizadas.

A vila olímpica do complexo do Alemão servirá de base para a realização dos serviços, para o quais Paes pediu ao Tribunal de Contas do Município agilidade na liberação de verbas e licitações.

Diante de ruas depredadas e da construção de barricadas por traficantes para impedir a entrada das forças policiais, a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos concentrará esforços na pavimentação e drenagem das vias. A limpeza imediata da área será feita por 600 garis da Comlurb. Depois, a ideia é que cem homens façam a varredura e coleta de lixo permanente da região. Também terá início a limpeza de quatro rios que cortam a área.

Com 14 equipes, a Rio Luz vai restabelecer a energia no local e reformular o sistema de iluminação dos dois complexos.

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Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Sérgio Moraes/Reuters

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